Enoquiano, Verdadeiro e Fiel

Categoria: Considerações

Milagres

“O maior milagre é o autoaperfeiçoamento” – esta foi uma das frases que mais me marcou, ouvida em determinada meditação. A principio apenas uma mensagem comum, sem muitos significados além do literal, mas conforme me concentrei nela fui percebendo a sua profundidade. Vivemos em um mundo imediato, afastados do ciclo natural, e nos tornamos imediatistas. Oramos, pedimos a deuses, anjos e demônios um resultado mágico para nossos problemas e nossas angústias. Nos afastamos da Criação, mas esperamos que ela atenda aos nossos desejos. O mundo não funciona assim.

É na busca diária de se tornar melhor que encontramos o maior milagre da vida. Um milagre presente em tudo, um milagre que permite a própria Criação se perpetuar. É assim que a natureza avança, e a teoria da evolução é talvez a maior prova disso. Entretanto também podemos o encontrar em nossa vida diária. Quando desejamos de verdade aprender algo, temos que estar dispostos a pagar o preço do conhecimento, ou habilidade, com a moeda da perseverança e determinação, da vivência e autocorreção. Esta é uma verdade presente não apenas no material, no comum, mas atravessa também o nosso espirito. Acreditamos que alguns livros e meia dúzia de formulas “mágicas” nos darão poderes inimagináveis, nos iludimos. O maior milagre é o autoaperfeiçoamento, é a busca incessante de se tornar um ser humano melhor, mas o que é ser melhor? Como fazer isso? Nas mais diversas filosofias encontramos aforismos e ensinamentos sobre o “conheça a ti mesmo”. E o que é de fato conhecer a si mesmo?

É comum nos escondermos atrás de uma máscara confortável de falso autoconhecimento. Dizemos a nós mesmos que nossos defeitos são o que são. Sou assim e ponto. Quando na maioria das vezes não vemos a nós mesmos, não desbravamos as entranhas de nossa mente para descobrir onde nossas verdadeiras sombras habitam. E quando porventura nos deparamos com elas, as escondemos. Nosso espirito é fraco, e só pode ser desenvolvido se for lapidado e forjado.

A compreensão desta verdade é uma das muitas joias encontradas nas meditações da Salman Iadnah. E um dos primeiros passos para o inicio da verdadeira busca espiritual. Um ensinamento que não muda só a maneira como encaramos nossa espiritualidade, mas também como encaramos o mundo. Não esperamos milagres. Não imploramos para que nossos desejos sejam realizados. Não tratamos levianamente o caminho. Procuramos sim, realizar dia após dia, o maior dos milagres. 

Considerações sobre a Construção do Templo

Há razões de sobra para crer que o Homem Sábio é aquele que aprendeu a construir um relacionamento com a Força Criadora, ao buscar compreender e atuar de forma consoante com as Leis da Criação e, por conseguinte, alinhar-se a Ela através destas Leis – ou seja, dos próprios Anjos.

No idioma Enochiano, a palavra que designa “pensamento” é angelard – muito semelhante à palavra anjo (EN: angel, DE: Engel, FR: ange) em diversos idiomas ocidentais. Este fato pode nos levar a um questionamento simples e muito profundo: não seriam Anjos os pensamentos da própria Força Criadora?

A construção deste relacionamento com a Força Criadora se dá quando o Homem da Terra compreende seu lugar e papel na Criação, e passa a cultivá-lo. Ele agora é o construtor do Templo, Salman Iadnah, em seu próprio coração: se o seu trabalho for digno, o Templo servirá de habitação para a Força Criadora, que em sua aliança com a humanidade se torna a própria presença do Cristo.

Levanael descreve o Cristo como um sublime resultado manifesto no cerne divino de Deus (ou Força Criadora), após a Criação. Desta manifestação de perfeição – Cristo ou Adam Kadmon –, o homem é uma imagem plasmada a partir da matéria e, quando ele busca este alinhamento através da obediência (adna) voluntária à Vontade ou Lei da Força Criadora, ele constrói uma ponte para a divindade, e passa a ser nutrido com Sabedoria (iadnah).

Este relacionamento transforma o buscador sincero em um Homem Sábio, cujo enxerto na Força Criadora representa o forjamento da própria Alma. E através dela (a Alma), que designa o ferramental espiritual coletado ao longo de uma existência, é que se torna possível viabilizar a construção da Casa da Sabedoria.

Desenvolvido em WordPress & Tema por Anders Norén