“Uma poderosa guarda de fogo com espadas de dois gumes flamejantes (que contém frascos 8 de ira por duas vezes e meia: cujas asas são de absinto e medula de sal), colocaram seus pés no Oeste e são medidos com seus ministros 9996. Estes recolhem o musgo da terra, como o homem rico faz o seu tesouro.

Amaldiçoados são aqueles cujas iniquidades os são.

Em seus olhos estão moinhos de pedra maiores do que a Terra, e das suas bocas correm mares de sangue. Suas cabeças são cobertas com diamantes e sobre suas mãos estão luvas de mármore.

Feliz é aquele a quem não franzem o cenho. Por quê? O Deus da Retidão regozija-se neles.

Vinde, mas não vossos frascos. Pois o tempo é aquele que requer o conforto.”

Comentários de Aaron Leitch, no livro “Angelical Language vol. I”

Na Chamada 9, um pelotão (guarda) de Anjos flamejantes pousa ao oeste. Seu aspecto físico é aterrorizante – asas de absinto (um veneno) e sal, espadas flamejantes e é claro, os horríveis “frascos de ira”. Estes frascos parecem ser extraídos do Apocalipse 15, onde encontramos sete Anjos com os frascos das pragas. Ali, conforme cada Anjo derrama o seu frasco da ira de Deus, catástrofes horríveis tomam lugar na Terra – tal como água se transformando em sangue, pessoas cobertas de chagas, e a terra queimando com a luz escaldante do sol.

A orientação ocidental desta Chamada parece ser uma transição suave do ângulo Sul (ou zênite) da Chamada anterior – embora estejamos incertos se aquele padrão realmente se aplica após a Chamada Sete (veja as Chamadas 10 até 13, onde o aparente padrão horário é quebrado inteiramente).

Estes recolhem o musgo da terra, como o homem rico faz o seu tesouro.

Uma enciclopédia sugere que musgo é sinônimo de palavras como esterco, lama, limo, lodo, e assim por diante (no dicionário, também se tem a palavra escória). Se esta é a interpretação correta, então o “musgo da Terra” podem ser os mesmos descritos como “amaldiçoados” na próxima linha. A frase “cujas iniquidades os são” da mesma forma indica aqueles humanos iníquos a quem os terríveis Anjos irão direcionar sua ira. São eles quem serão “coletados” (como ceifados, numa plantação) em grandes números (como o homem rico junta tesouro).

Em seus olhos estão moinhos de pedra maiores do que a Terra, e das suas bocas correm mares de sangue. Suas cabeças são cobertas com diamantes e sobre suas mãos estão luvas de mármore.

Aqui a Chamada volta a descrever o terrível aspecto destes Anjos – e a imagem é bem pior do que antes imaginado. Perceba que com frequência coisas duras são usadas para descrevê-los – olhos de moinhos de pedra, cabeças de diamantes, luvas de mármore. A imagem é a de brutamontes imparáveis, imunes a gritos de misericórdia. Por que Iadbaltoh se regozijaria em tais criaturas? Porque eles são as poderosas forças que irão um dia limpar o “musgo” da face da Terra.

Estes Anjos não são nomeados nesta Chamada; no entanto, veremos os Trovões mencionados novamente na Chamada 10. É possível que estes Anjos sejam Trovões também – embora seja incerto qual relação (se existe uma) eles possuem com os Trovões das Chamadas 4 a 7.

Vinde, mas não vossos frascos. Pois o tempo é aquele que requer o conforto.

A fórmula de conjuração de conclusão é bem curta desta vez. Ela pede para que venham, mas deixem seus frascos para trás (nós não queremos que eles tragam estes até o Dia do Julgamento!). Finalmente, aparentemente como uma defesa contra a natureza cheia de ira destes Anjos, o locutor informa a eles que o momento requer conforto.

Notas de Tradução

Eis uma descrição poética do pôr do sol que compreende o terceiro quarto do dia e representa, na especulação anteriormente apresentada, também o início da meia idade.

A imagem descritiva é assustadora, o que leva a crer que ela nos brinda com um tom de alerta: o que fizemos da nossa existência? É aqui que o peso dos anos improdutivos se faz sentir, pois o check de realidade é tão cruel quanto a descrição da Chave: este tempo perdido não mais voltará.