“Os Trovões do Juízo e da Ira estão numerados e abrigados no Norte à semelhança de um carvalho cujos galhos são 22 ninhos de lamentação e choro estendidos para a Terra: que queimam noite e dia e vomitam cabeças de escorpiões e enxofre vivo misturado com veneno.

Estes são os Trovões que 5678 vezes na 24ª parte de um momento rugem com cem poderosos terremotos, e mil vezes mais ondas, que não descansam e nem conhecem qualquer (longo) tempo aqui*. Uma rocha produz 1000 assim como o coração do homem produz seus pensamentos.

Pesar, pesar, pesar, pesar, pesar, pesar, sim, pesar seja sobre a Terra. Pois sua iniquidade é, foi e será grande.

Vinde, mas não vossos ruídos”.

Comentários de Aaron Leitch, no livro “Angelical Language vol. I”

Finalmente, nós encontramos uma nova referência para os Trovões apocalípticos. No entanto, note a mudança dos “Trovões do Incremento” que despejavam vida e conforto sobre a Terra nas Chamadas prévias, para “Trovões do Julgamento e Ira” (Enochiano: Coraxo) que guardam lamentação e choro para a Terra. Isso pode dar suporte à visão de que estes Trovões não são os mesmos daqueles prévios à Chamada 8.

Note que estes Anjos tem um aspecto terrível como aqueles da Chamada 9, neste caso vomitando escorpiões, veneno e fogo. Uma imagem sugerindo dureza é invocada novamente na descrição destes Anjos como um “carvalho” – um tipo de árvore conhecida por ser rígida e inflexível.

Esta Chamada foca sobre o Norte, que parece ser a progressão natural do Oeste na Chamada prévia. No entanto, esta é a última Chamada que parece seguir este padrão, e desta forma eu suspeito que um padrão inteiramente diferente existe da Chamada 8 em diante. Tristemente, não me foi possível decodificar as referências direcionais nestas próximas Chamadas.

Estes são os Trovões que 5678 vezes na 24ª parte de um momento rugem com cem poderosos terremotos, e mil vezes mais ondas, que não descansam e nem conhecem qualquer (longo) tempo aqui*. Uma rocha produz 1000 assim como o coração do homem produz seus pensamentos.

*ou calmaria.

Aqui, as descrições dos Trovões do Julgamento e Ira continuam. Estes Anjos aparentemente trazem grandes terremotos, similares aos eventos catastróficos descritos no Apocalipse e em outros lugares.

Pesar, pesar, pesar, pesar, pesar, pesar, sim, pesar seja sobre a Terra. Pois sua iniquidade é, foi e será grande.

Estes sete “pesares da Terra” são da mesma forma tirados do Apocalipse (capítulos 8-11), onde São João menciona somente três. No entanto, eles estão associados com o som das trombetas sopradas pelos sete Arcanjos. Cada trombeta resulta em desastre sobre a Terra (granizo, sangue, fogo, morte, a estrela de Absinto etc.), e os pesares estão associados com os últimos três. É claro, cada uma das sete trombetas causa “pesar” sobre o mundo. Assim, a poesia desta Chamada igualmente se refere aos resultados de todas as sete trombetas ao repetir a palavra “pesar” por sete vezes.

Vinde, mas não vossos ruídos.

A conjuração de conclusão pede aos Trovões que venham, mas que deixem para trás seus “ruídos” (terremotos, vômitos de fogo, e assim por diante). Eu acho significante que a Chamada 10 termina com uma conjuração extremamente abreviada, muito similar à encontrada na Chamada anterior. Parece, mais uma vez, como se o locutor quisesse convocar a estes Anjos sem obter muito de suas atenções.

As Chamadas 9 e 10 certamente parecem ser um par conectado. Elas são similares em sua estrutura básica, parecem descrever similarmente Anjos terríveis, e elas são as mais alinhadas com a imagem apocalíptica. A próxima Chamada (11) tem uma estrutura e imagens ligeiramente diferentes das duas precedentes, mas ela faz referência aos Coraxo (Trovões) primeiramente mencionados na Chamada 10.

Notas de Tradução

Por fim, o ciclo se completa pelos quatro quadrantes e respectivas etapas do dia, chegando à meia-noite. Todas as terríveis descrições destes Anjos parecem aludir à dor de, no leito de morte, amargar-se o arrependimento e pesar ao contemplar um legado estéril, de uma vida mal vivida em relação ao alinhamento com a Força Criadora.

Estes Anjos não conhecem descanso e nem calmaria, pois sua função não é outra senão fazer-nos avaliar a própria existência e tudo aquilo que fizemos ou deixamos de fazer, obrigando-nos a realizar uma colheita e triagem daquilo que valeu a pena, ou melhor, a parte da Alma com condições de seguir adiante versus aquilo que será “reciclado” pela Criação.

Aqui já não há mais tempo para quaisquer reparos: o que se apresentou é o que seguirá adiante, goste ou não.