Há razões de sobra para crer que o Homem Sábio é aquele que aprendeu a construir um relacionamento com a Força Criadora, ao buscar compreender e atuar de forma consoante com as Leis da Criação e, por conseguinte, alinhar-se a Ela através destas Leis – ou seja, dos próprios Anjos.

No idioma Enochiano, a palavra que designa “pensamento” é angelard – muito semelhante à palavra anjo (EN: angel, DE: Engel, FR: ange) em diversos idiomas ocidentais. Este fato pode nos levar a um questionamento simples e muito profundo: não seriam Anjos os pensamentos da própria Força Criadora?

A construção deste relacionamento com a Força Criadora se dá quando o Homem da Terra compreende seu lugar e papel na Criação, e passa a cultivá-lo. Ele agora é o construtor do Templo, Salman Iadnah, em seu próprio coração: se o seu trabalho for digno, o Templo servirá de habitação para a Força Criadora, que em sua aliança com a humanidade se torna a própria presença do Cristo.

Levanael descreve o Cristo como um sublime resultado manifesto no cerne divino de Deus (ou Força Criadora), após a Criação. Desta manifestação de perfeição – Cristo ou Adam Kadmon –, o homem é uma imagem plasmada a partir da matéria e, quando ele busca este alinhamento através da obediência (adna) voluntária à Vontade ou Lei da Força Criadora, ele constrói uma ponte para a divindade, e passa a ser nutrido com Sabedoria (iadnah).

Este relacionamento transforma o buscador sincero em um Homem Sábio, cujo enxerto na Força Criadora representa o forjamento da própria Alma. E através dela (a Alma), que designa o ferramental espiritual coletado ao longo de uma existência, é que se torna possível viabilizar a construção da Casa da Sabedoria.